domingo, 23 de novembro de 2008

Seresta!!!

"Piracicaba que eu adoro tanto!!!
Cheia de flores, cheia de encantos..."

Assim começa o hino de Piracicaba... e assim termina a seresta de Piracicaba... um dos encantos da terra da pamonha. Ao som do Hino todos cantam como se fossem filhos de Piracicaba num tom de despedida, de fim de festa, mas com a certeza de querer voltar.



Seresta em 2007, eu e Cris com um tiozinho simpatia figurinha carimbada nas serestas mas que sumiu em 2008.

E assim se faz, todo fim de mês no Largo dos Pescadores na rua Rua do Porto acontece a tradicional Seresta de Piracicaba, festa regada a boa comida e boa música. Cuscuz e chorinho, espetinho e samba, polenta e música raiz... mesinhas na pracinha, músicos num palquinho, voluntários da igreja na cozinha, e casais dançando ao ar livre... o clima é de família, de cidade pequena, de 50 anos atrás e não há como não sentir a energia que desprende dessa noite mágica.

Fim de seresta, a penúltima de 2008, a primeira sem Seu Hilário outro figurinha da seresta que agora assiste lá de cima.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da necessidade ao agradável

Tudo começou com a necessidade... já faz quase dois anos que estou em Piracicaba e desde então sem carro. Isso exigiu de mim certas adaptações que no começo não gostei, passei a priorizar o conforto de roupas e sapatos ao invés da beleza. Passei também a planejar melhor como vai ser meu dia, com carro certamente não pensaria no que realmente preciso fazer antes de sair de casa, e depois com o passar do dia iria fazendo sem se preocupar com quantas vezes teria de ir e voltar com ele, a pé não... você sabe direitinho onde tem que ir e faz de tudo pra otimizar a rota do dia. No começo tudo é longe, mas com o tempo tudo começa a ficar perto, os caminhos encolhem e as pernas esticam.

E então... depois de acostumada a essa vida... resolvi colocar velocidade nela!!! Ahhhh finalmente encarei a bicicleta!!! Nunca passou pela minha cabeça, mas ai de vez em sempre devido aos meus atrasos ela passou a representar uma opção atraente...

Na verdade ainda estou em fase de teste e adaptação, minha bicicleta nem é minha, é emprestada, mas já adorei... No começo foi estranho, achava que eu não combinava com bicicleta assim como várias pessoas acham... mas oque não combina é a bicicleta no dia a dia das pessoas. No Brasil temos a bicicleta como coisa de lazer. São poucas as pessoas que usam para o transporte rotineiro, seu uso não é incetivado e pior... é desencorajado!!! Os motoristas não respeitam as bicicletas nas ruas, aqui são raras as ciclovias e quando existem são curtas e sem continuidade, não há lugar para estacioná-las, é muito fácil de ser roubada e por ai vai... Acredito que muitas pessoas gostam da idéia de se locomover de bike, mas sei que pra começar é difícil e com a gama de opções de desculpas que temos... é muito fácil deixar pra outro dia...
Esse vídeo mostra bem a situação do ciclista no trânsito, é divertido, mas é a real:


O que me resta saber é se algum dia, quando a opção carro, ou seja, nenhuma gotinha de suor... meia horinha a mais de sono... salto alto... e etc e tal... voltar a minha vida, se vou ter força de ceder ao conforto por uma opção ecológica, saudável e econômica... HAHAHA já até imagino que quem me conhece de longa data... riu debochadamente agora... né Cristina?

Bom... depois dessa união forçada só me resta torcer pra que seja eterna e com final feliz... espero um dia ter a bicicleta como principal opção mas não por ser única e sim por ser preferida.

Pra quem se interessar em adotar ou incetivar o uso da bicicleta para trabalhar segue ai um apoio: http://www.transporteativo.org.br/Educativos/DOCS/De_bicicleta_para_o_trabalho.pdf

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Almas perfumadas... de gente como você!!!

Quando li esse poema na hora pensei em postá-lo, várias fotos de pessoas vieram a cabeça pra ilustrá-lo... mas na hora de fazer, percebi que era impossível... é muita gente... minha vida é perfumada por demais...
Mas quem me lembrou mesmo foi minha família... que mais perfuma minha vida e traz a todo momento com qualquer cheirinho bom uma lembrança gostosa...
Vai pra vcs:

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta, de sol quando acorda, de flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça, lambuzando o queixo de sorvete, melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus, de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo, sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal, do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria, recebendo um buquê de carinhos, abraçando um filhote de urso panda, tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa, do brinquedo que a gente não largava, do acalanto que o silêncio canta, de passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho, ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Tem gente como você, que nem percebe como tem a alma perfumada e que esse perfume é dom de Deus.

Carlos Drummond de Andrade