Adolescência da primeira infância: um teste de resistência aos pais.

Pedro, segundo as pesquisas, esta passando pela adolescência da primeira infância. Fase essa, muito estudada, cheia de textos explicativos mostrando que meu filho não é um bipolar que de repente, de anjo se transforma num perverso monstrinho de 90 cm, perdão, 90 e 6 centímetros!

Os textos nos orientam como agir nestes ataques, que normalmente ocorrem a 5 minutos de um compromisso ou na fila de um supermercado cheio. Desviar o foco do pequeno tirano ou esperar passar calmamente o pseudo ataque epilético são as táticas recomendadas. Agora, aplicar o que esta escrito, já é outra história...

Como é que se tira o foco de alguém que não consegue ouvir nada além de seus próprios berros? Como é que se espera, calmamente, passar um ataque de fúria louca quando você tem que imobilizar um serzinho de 15 kg que mais parece uma jaguatirica assutada no meio da população humana? Como deixar ele "descarregar a frustação" tendo um ataque histérico dentro de seu apartamento por infinitos 5 minutos até que ele desista pelo cansaço, quando você sabe que amanhã, ao passar pelas áreas comuns do seu edifício, quem quer que cruze com você:

• ou vai perguntar se esta tudo bem e dizer que escutou ele ontem,
• ou vai dizer "Meninho bravo hein"  e dizer que escutou ele ontem,
• ou vai fazer uma piadinha dizendo que ia ligar para a polícia pois...escutou ele ontem,
• ou não vai falar nada, e por isso mesmo, você vai achar que ele não está falando com você porque... escutou ele ontem.

O que me deixa feliz é que sinto que estamos levando muito bem tudo isso, não cedemos aos seus ataques e ainda não deixei de ir a lugar nenhum por medo ou vergonha, também, ainda não sofremos nenhuma lesão. Sinto que está passando rapidamente esta fase (graças!), que ele esta lidando melhor com as negativas da vida e que esta se saindo um belo negociante de conflitos.

Põe as duas mãozinhas no meu rosto, me olha bem nos olhos, e diz:
-Você é minha amiga mamãe. Vamos tomar um súvete de chuculate?

Esse é meu menino!