sábado, 21 de janeiro de 2012

Cineminha frustrado

Pedro, filho amado,


não é porque mamãe e papai te fazem tudo quanto é vontade; não é porque você é o centro de nossas atenções; e muito menos porque não podemos te ver chorar... que você deve se sentir no direito de sabotar um mísero cineminha.

Ir ao cinema, significava muito para seu pai e sua mãe, afinal, já faz anos que os pobres não conseguem assistir um filme. Se é que eu lembro, o último filme que assiti foi "Avatar",
uma porcaria que há muito esta na minha cabeça por ser o último.

Resolvemos que desta férias não passava, para tanto, os pobres coitados compraram antecipadamente seus ingressos, cuidaram para que a sessão fosse bem tarde, assim você nem perceberia nada. Vovó e vovô ficariam com você e avisariam se você acordasse, nunca desligaríamos o celular na sala do cinema. Nunca!

O filme?
Pra você ver, isso era um mero detalhe, não importava, podia ser qualquer um, e assim foi...
"Missão Impossível 4", pior que  "Avatar" não poderia ser. Buááá... percebe o drama, filho?

Mas filho, essa você vai ficar nos devendo, acordar e dar um pampeiro minutos antes de sairmos??? Ahhhh não!!! Tsc tsc tsc... não vai ficar assim não... Perdemos o cinema e ficamos com você, só no cheirinho e na mimadeza que você exigiu.

Pois anote ai no seu caderninho, que vou ditar, assim que você souber escrever:

"Devo uma sessão de cinema aos meus pais,
prometo ficar quietinho com meus  avós,
se quiserem, podem até esticar num jantarzinho romântico e,
quem sabe, dormir fora...
Mas não abusem, do meu dinheirinho só sai o cinema, em sala comum  e pagando meia, afinal, vocês eram estudantes na época" 

Com muito amor,
Mamãe

domingo, 8 de janeiro de 2012

2011 Um ano de ajustes.

Na postagem sobre o ano de 2010, disse que 2011 seria uma incrível jornada. Não que eu tenha errado no adjetivo, mas acho que "dupla" expressaria melhor minha jornada de 2011. Sim, foi incrível, mas foi uma incrível dupla jornada.
Meu ano de 2011 começou em março, quando voltei para o Brasil para dar início ao meu doutorado, finalizando então uma bela temporada de 4 meses em Mendoza de curtição em família. Eu não sabia o que me esperava, previ que seria diferente, que teria menos tempo e que a coisa  iria ser mais difícil, mas juro que não imagina que seria tão difícil. Conciliar horários de uma criança totalmente dependente com disciplinas que te fundem a cabeça na aula, te arrancam o couro de trabalhar em outros horários e depois te tiram o sono de tanta preocupação e mais uma casa para arrumar, roupa e comida... e umas surpresinhas de desventuras... foi de matar.
Por isso, 2011 para mim, foi um ano de esgotamento contínuo, foram sequências de eventos, prazos, vacinas, inalações e compromissos que pareciam não acabar nunca. Foi um ano de notas baixas, de atrasos, de erros, de meter os pés pelas mãos... Falando assim parece que o ano teve um balanço negativo ao seu término, mas não é bem assim, houve muito sacrifício, muito trabalho e noites mal dormidas. Mas eu e Matheus também fizemos o possível e o impossível para em nenhum aperto sacrificar a rotina do Pedro. E assim, podemos concluir que o plano correu muito bem no fim das contas. Fechamos o ano com minhas disciplinas encerradas, com a qualificação dele e não perdemos um tico de nada da nossa maior prioridade, o Pedro.
E isso tudo culminou em um maior conhecimento pessoal e em novos limites. Para este ano já sei que não posso mais abraçar mil compromissos e ainda querer fazer inglês, natação, violão e dança de salão, não posso deixar relatórios para a útima noite, não tenho mais como dormir dois dias seguidos para descansar de uma prova estressante.

Mochilas, fiéis companheiras de 2011, a primeira sou eu,
a menor o Pedro e por último, Matheus.

Porém, o mais importante nisso tudo, foi ver que só conseguimos porque fizemos tudo junto, porque houve muito revessamento, muita compreensão e muita abdicação entre eu e Matheus, e claro que houve momentos de tensão e discussões entre nós, mas tudo isso só fez aumentar nossa cumplicidade e só nos fortaleceu.

Eu diria que a palavra de 2011, seria AJUSTE, foi um ano de ajuste, o Pedro com sua creche, seus amigos, suas doencinhas sazonais; e eu e Matheus, com nossos doutorados, a rotina do laboratório e a difícil e deliciosa vida de pais "tripla jornada" (trabalho+ filho+casa).
Para 2012, sinto que as coisas serão bem mais tranquilas, percebo mais estabilidade na rotina familiar e mais segurança nas nossas decisões, coisa que, assim espero, nos trará menos complicações. E apesar de sermos pais a apenas 1 ano e meio, sinto que estamos mais preparados também para enfrentar surpresas desagradáveis fora do script,como uma febre de 40 surgindo do nada, um nariz escorrendo ao longo de 4 meses... 
E o que vale é que passamos mais um ano juntos, com momentos de sofrimento, porém muito mais momentos de grande alegria e sempre rodeados de bons amigos e com todos que amamos. E por fim, hoje penso que minha vida daqui pra frente não deve ser muito diferente disso não, correria, surpresas, obrigações, 1 filho, 2 filhos, 3 filhos (quem sabe...) e que no fim das contas o que importa é que podemos passar a vida inteira assim:
CANSADOS... 
MUITO CANSADOS...
MAS MUITO, MUITO FELIZES.