quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quebre seu espelho!

As gordinhas de Eliana Kertész numa praça em Salvador. Para saber mais sobre a artista e suas gordinhas, clique aqui na legenda.

“O espelho é a nova forma de submissão feminina”, afirma a historiadora Mary Del Priore. Segundo ela, “no decorrer deste século, a brasileira se despiu. O nu na tevê, nas revistas e nas praias incentivou o corpo a se desvelar em público. A solução foi cobri-lo de creme, colágeno e silicone. O corpo se tornou fonte inesgotável de ansiedade e frustração. Diferentemente de nossas avós, não nos preocupamos mais em salvar nossas almas, mas em salvar nossos corpos da rejeição social. Nosso tormento não é o fogo do inferno, mas a balança e o espelho. Nos curvamos não aos pais, irmãos, maridos ou chefes, mas à mídia. Não vemos mulheres liberadas se submeterem a regimes drásticos para caber no tamanho 38? Não as vemos se desfigurar com as sucessivas cirurgias plásticas, se negando a envelhecer com serenidade? Se as mulheres orientais ficam trancadas em haréns, as ocidentais têm outra prisão: a imagem.”

Copiei esse pedaço de texto de uma postagem do blog da Rosana Jatobá, lá ela fala mais de plásticas e processos mais invasivos em busca da tal beleza, a postagem chama: Espelho, espelho meu! Existe alguém mais plastificada do que eu? e vale a pena ser lida, assim como tudo o que ela escreve no seu blog do G1, Sustentabilidade. Ela finaliza muito bem seu texto com a seguinte frase:

"Se antes as roupas nos aprisionavam, agora a ditadura da beleza nos prende na ilusão de máscaras e na justeza das próprias medidas. Se fomos capazes de rasgar espartilhos, queimar soutiens e libertar musas da escravidão da imagem, talvez seja hora de estilhaçar os espelhos."

A beleza e a felicidade andam lado a lado, e é muito bom quando se tem as duas, mas hoje o que se vê é uma distorção de ambas, felicidade é ser bela, e ser bela é ser igual a moça da capa da revista.

Não é preciso ser belo pra ser feliz, é preciso ser feliz e se sentir belo.

 Se sentir belo é se aceitar dentro do seu corpo, da sua idade e da sua realidade. Se conhecer é fundamental, eu por exemplo, sei que nunca me sentiria bela e feliz de verdade, sendo magrinha "como se deve ser" e abrindo mão de prazeres gastronômicos, não, não, não, a felicidade pra mim, as vezes, é tão barata e fácil quanto um copo de garapa com pastel na feira.

É claro que deve haver moderação, no meu caso, o corpinho aqui já sofre com a idade e o metabolismo lento, uma dieta para o bem-estar se faz necessária. Já não posso levar meu corpo para onde quero e me empanturrar de tudo o que eu vejo na frente, hoje há consequências,  muitas vezes, imediatas.

Quando estava amamentando, naturalmente, fiquei mais magra, e por isso as pessoas chegavam em mim me dando parabéns, falavam de como eu estava bonita, como eu estava bem, que era muito bom me ver bem daquele jeito. BEM PORQUE???? Só porque eu havia emagrecido quer dizer que estou bem?

Não, eu não estava mal, mas também não estava assim tãão bem a ponto de ganhar parabéns só de me olharem. Estava magra porque estava amamentando, porque estava cansada, porque ainda estava me habituando a um nenezinho com cólicas. Aquilo chegou a me irritar, poxa, eu via a canseira no meu rosto, e poucos perguntavam como eu estava realmente.

Bem, a fase da amamentação parou, os kilinhos voltaram e os parabéns foram embora. Estou aqui agora, nunca tão mais pesada na minha vida, em frente ao espelho... e continuo bonita!!! Olha que bom!!! Eu me gosto mesmo assim, não quero ser igual a moça da revista, e muito menos com a fulana que já tem 3 filhos e uma barriga da tanquinho... hihi!!! Eu te amo corpinho roliço!!! E desde que isso não nos faça mal, continuaremos assim, felizes e fofinhos.

-Espelhinho, não vou te quebrar, pois não sou sua escrava.
 Eu sou sua amiga!!!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O novo pai e o pai aqui de casa.

"Durante décadas, o debate teve apenas um lado: o balanço entre as vidas familiar e profissional era gerida, quase a solo, por mulheres.
Mas os tempos mudaram e agora os homens ocupam um lugar cimeiro no quotidiano familiar, aprendendo a gerir a pulso a vida profissional e a vida doméstica. Os novos estudos indicam que actualmente os pais lutam tanto como as mulheres para corresponderem às responsabilidades em casa e no escritório. Por isso a análise científica aos casais que dividem tarefas familiares indica que os homens ficam tão ansiosos como as mães no que toca ao cuidado com a casa e com a educação dos filhos. O estudo "The new dad" ("O novo pai"), apresentado pelo Boston College, sugere que a nova visão parental inclui uma maior pressão no local de trabalho, que exclui o reconhecimento das responsabilidades familiares e a fraca influência dos pais na educação dos filhos.
Os pais também parecem mais insatisfeitos e infelizes que as mães na tarefa de gestão familiar: 59% dos pais analisados revelavam sinais de viver um "conflito trabalho-família", um número muito superior ao das mães (45%) com o mesmo tipo de problema. "Os homens enfrentam as mesmas dificuldades que as mulheres tinham nos anos 70: como ser um bom pai e um bom profissional?", explica Joan Williams, da Universidade da Califórnia. "O problema é novo para os homens e aos olhos deles parece muito maior do que poderia parecer aos das mulheres", conclui Ellen Galinskm, do Instituto da Família e do Trabalho."


Esse "o novo pai" que o texto descreve pode ser chamado de modelo "4Ps", um Pai Presente, Participativo e Preocupado. Fico feliz que Matheus se encaixe no modelo, o texto acima descreve exatamente o pai que temos aqui em casa, e o mais legal é que não é tanto pelo alívio que isso me dá (que é muuuito), é mais pelo que ele não está perdendo. Ele conhece o Pedro de cabo à rabo, tão bem quanto eu. A ligação que se estabeleceu entre os dois é tão forte quanto se fosse da barriga dele que Pedro tivesse saído. Ele, por causa disso, compreende a graça, o valor e a grandeza de cada coisinha ínfima que Pedro faz de novo. E por tudo isso, ele não perde nada por participar assim, se tornou um super pai.

Quanto a minha relação com ele, por conta disso, ele compreende o que eu passo carregando um doutorado, um nenê e uma casa sem empregada, minto, ele não compreende, ele vive a mesmíssima coisa, com a mesma carga e por isso, não há o que compreender, sabemos exatamente o que é a rotina um do outro, sentindo na própria pele, não é preciso se colocar no lugar um do outro. 


Não tenho dó alguma do Matheus assumir tarefas que ainda muitos casais adotam como "coisas de mãe", dó nenhuma, como disse antes, ele só teve a ganhar com tudo isso, e nada mais justo para um casal moderno que se considera em pé de igualdade total, exceto quando o assunto é passar roupa (isso fica pra mim, ele demora muito) ou calibrar pneus (isso é pra ele, eu tenho muita preguiça). A única coisa que me dói nessa história, e isso é típico de mulher (querer amenizar as dores), é a maneira como ele sofre mais com dificuldades do "conflito trabalho-família", exatamente como descrito no texto, mas isso é típico dos homes (sofrer muito mais) e não há muito o que fazer.

Sei que o cansaço geral, de todo o esforço no trabalho, na casa e com o Pedro são muito bem recompensados quando Pedro demostra explicitamente a toda hora seu amor, sua adoração por esse pai. É muito bonito ver como seu olhinho brilha ao ver o pai chegando, agora então que anda, é ver Matheus pra disparar em sua direção com um sorriso enorme e os bracinhos pra cima. Cena linda de se presenciar, ainda me enchem os olhos de lágrimas.

Enfim, aproveitei este mês de dias dos pais, pra deixar registrado todo o empenho, amor e dedicação de um pai que tem se mostrado um super pai, um belo exemplo de um pai moderno e plenamente ativo no dia-a-dia da sua cria.

Matheus, este post não é pra te desejar só um:
FELIZ DIAS DOS PAIS
é mais para te dar os parabéns por todos os dias, desde o momento em que você soube da existência do nosso nenê,
por todo o cuidado e esforço que você tem em criar um vínculo forte de muita confiança e amor com nosso Pedrinho.
Parabéns, porque vc faz tudo isso muito bem e faz muito mais do que pensa.


FIM

Confiram aqui outra espécie de novo pai, o pai declarado virtualmente, são pais que achei na internet que mantêm blogs contando experiências com seus filhotes: 
http://painovato.blogspot.com/ - esse pai escreveu postagens como cartas ao seu filho, acho que o menino vai adorar lê-las quando crescer, pena que ele parou.
http://manualdopaisolteiro.blogspot.com/  - este é um pai solteiro mas muito ativo na criação da sua filha, abaixo algumas postagens escrita por ele, vale bastante a pena: