Eu na sabatina e um vasinho feito pela Fran em cima da mesa equilibrando as energias.
Deixo aqui, pra não passar em branco, um registro do dia da defesa da minha dissertação, já faz tempo (26/10/2010), mas ainda sim, quero fazer o post dela.
Foi tudo tranquilo, com uma platéia bem pequena e cheia de boas energias. No caminho, Pedrinho foi balbuciando de casa até o Cena, parecia que fazia pra me acalmar, e funcionou. E na apresentação, ainda que dormindo, ficou lá comigo, e só saiu pra mamar com o papai, gracinha.
De resto, foi tudo bem, levei vários puxões de orelha quanto a falta de pontos e vírgulas no texto, alguns vários erros na bibliografia e algumas perguntas de praxe, normal né. Se você acompanha este blog, pode bem imaginar a real falta de pontos e vírgulas, hein?
Defender pra mim, não foi a pior parte, longe disso, depois de todo o sufoco e correria que passei, defender foi um alívio, foi como contar como foi. A pior parte pra mim, foram os grilos e nóias com relação a qualidade e contribuição do meu trabalho, isso sim, me tirou o sono, e às vezes, confesso, me deu vontade de desistir.
Abaixo, um trecho, do primeiro e quase único, livro que li este ano. Lembrei desse livro e desse trecho, quando pensei na minha verdadeira contribuição para o avanço da ciência (uia!). Normal, acho que todos, quando passam por este processo de finalização de suas teses e dissertações, se questionam, mesmo que pouco, se realmente valeu a pena.
"Numa sociedade rica os homens não têm necessidade de trabalhar com as mãos e se dedicam a atividades intelectuais. Existem cada vez mais universidades e cada vez mais estudantes. Para desenrolar seus pergaminhos é preciso que eles encontrem temas de dissertação. Existe um número infinito de temas pois pode-se falar sobre tudo e sobre nada. Pilhas de papel amarelado se acumulam nos arquivos que são mais tristes do que os cemitérios porque neles não vamos nem mesmo no dia de finados. A cultura desaparece numa multidão de produções, numa avalanche de sinais, na loucura da quantidade."
"A Insustentável Leveza do Ser" Milan Kundera
Não, não quero pensar assim, meu tema foi sim uma boa escolha, e nisto já foi colocado um ponto final! Foi baseado no que eu acredito e não vai se amarelar. Servirá de base para alguns poucos, mas servirá. Ainda que, de base de por onde não seguir, mas servirá. Minha pequena contribuição foi dada e foi realizada, em sua maior parte do tempo, acreditando em um mundo menos quimico e no respeito ao meio ambiente.
E pra fechar, meu grande avanço foi aqui, no pessoal. Pude ver o quanto de forças eu tenho, o quanto de amigos verdadeiros estou rodeada, o quanto de amor, dedicação e paciência tem o Matheus por mim, o quanto de carinho e torcida tem minha família (minha e do Matheus), o quanto de sorte com Pedrinho eu tenho.
Pude ver, além da força, que tenho capacidade sim, que só preciso de mais disciplina e empenho (isso fica pra um doutorado). E pra minha felicidade, ao final da defesa, senti que fechei um fase de minha vida, triunfante e com sentimento de dever cumprido, com muito orgulho no coração, não por mim somente, mas por tudo, tudo o que pude ver que tinha e tudo o que conquistei passando por este mestrado.
Quanto a mim, depois de muito me questionar, respondo que sim.
Valeu a pena.
Sim, valeu muito a pena.